sexta-feira, 29 de maio de 2009

É absolutamente claro que muitos dirigentes regionais do PSD e do PS toleram mal o Faial, não toleram a Horta e procuram prejudicar o desenvolvimento desta ilha e da sua cidade. Esse facto indesmentível expressa-se quase todos os dias e tem-se traduzido, desde os anos 70, na tentativa de neutralizar as potencialidades reais de desenvolvimento ao serviço das pessoas, que por cá existem. Já tentei abordar as causas dessa situação em artigo publicado há algum tempo e hoje preocupo-me essencialmente em tentar tornar claras as consequências que ela foi gerando.

Os faialenses transformaram-se, numa alta percentagem, em lutadores por objectivos justos, muito embora também existam aqueles que sempre se dispõem em aceitar, em facilitar e, mesmo, em viabilizar as intenções desajustadas dos que obstaculizam o desenvolvimento desta ilha.

A evolução politica do Faial, a partir de meados dos anos 90, demonstra que por cá nunca houve conformismo e demonstra que a luta dos faialenses conseguiu, no essencial, neutralizar as intenções dos que apostam na estagnação económica e social desta ilha e de todos aqueles que, sendo daqui, “fizeram o jeito” a esses lideres regionais. A Escola Secundária não foi feita pelo PSD e só foi feita pelo PS (contra a vontade do Secretário da Educação da altura) depois de uma longa luta politica e social. O mesmo aconteceu com a fábrica de lacticínios, a construção do DOP, a construção da bacia sul da marina, a ampliação do porto artificial, a conclusão da Biblioteca e Arquivo, a 1ª fase da variante e várias outras obras. Foram também as transformações políticas verificadas que criaram as condições para que a indispensável obra do saneamento básico e nova rede de água da Horta pudesse avançar.

A sociedade faialense está viva, com iniciativa cívica e cultural muito variada e de qualidade e apta a recuperar todos os atrasos impostos de fora.

Quando ouço Berta Cabral dizer, como disse, que “o Faial está parado no tempo” concluo que ela não sabe do que está a falar; quando ouço Luis Garcia fazer eco dessa declaração, concluo que o PSD/Faial, para tentar chegar novamente ao poder municipal, está disposto a tudo, incluindo a negação absurda da luta dos faialenses ao longo do tempo; quando leio um texto do anunciado candidato do PSD á Câmara da Horta, Arq. Paulo Oliveira, em que ele escreve que “o Faial está doente e a cidade da Horta está profundamente doente” concluo que o seguidismo de análise é um fenómeno lamentável, mas concluo, principalmente, que o subscritor da frase tem uma enorme dificuldade em valorizar e perceber o que tem sido a luta dos faialenses nos últimos vinte anos.

Os faialenses precisam de continuar a lutar, quer pelas obras indispensáveis, quer, principalmente, por um conjunto de projectos sociais, ambientais, culturais e económicos que visem uma boa qualidade de vida, num quadro de justiça social, de liberdade plena, de enriquecimento cultural, de abertura ao Mundo e de progresso económico com verdadeira utilidade social.

Precisamos dessa luta, na qual cabem todos os que acreditam nela; não precisamos de curandeiros para “doenças” que não existem.25/05/09

José Decq Mota
( Publicado no jornal Tribuna das Ilhas de 29/05/09)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Candidata do PEV visita o Faial

Candidata do Partido Ecologista os Verdes defende: Europa tem de dar mais atenção ao ambiente dos Açores


Ana Paula Simões, candidata do Partido Ecologista os Verdes (PEV) ao Parlamento Europeu visitou a ilha do Faial na passada segunda e terça-feira, 25 e 26 de Maio, para contactar com as realidades, potenciais e problemas ligados à protecção do meio ambiente dessa ilha.

No Jardim Botânico do Faial, a candidata pôde conhecer os importantes esforços que têm sido desenvolvidos para a preservação de espécies de flora ameaçada, bem como tomar contacto com as actividades desenvolvidas no campo da investigação e educação ambiental, que são um exemplo de sucesso, que importa multiplicar também nas outras ilhas que não dispõem deste tipo de equipamento.

Do seu contacto com a equipa de vigilantes da natureza do Faial ressalta a importância do trabalho pedagógico de proximidade que é desenvolvido por estes profissionais, que em muitos casos acaba por ser mais eficaz do que a das autoridades policiais e que procura colocar as próprias populações locais a protegerem o seu património ambiental.

O PEV considera que importa reforçar o quadro de pessoal dos vigilantes da natureza, cobrindo diversas carência graves na Região, como é o caso do Pico, onde existe apenas um elemento para toda a ilha. É também importante que seja dada maior formação aos vigilantes da natureza, dando-lhes maior capacidade de agirem como verdadeiros monitores ambientais, contribuindo para consciencializar a população local.

Houve ainda ocasião para uma visita à central de triagem da Câmara Municipal da Horta. Com um esforço apreciável do município foi possível implementar um sistema de recolha diferenciada numa vasta rede de ecopontos e começar a exportação de plástico, vidro e cartão para reciclagem, assim dando um importante contributo para a sustentabilidade ambiental da ilha. O PEV considera que este tipo de sistemas deve ser rapidamente alargado às restantes ilhas dos Açores e que os municípios devem ser apoiados e que os programas de apoio comunitários não podem continuar a sofrer inexplicáveis atrasos na sua execução.

“Precisamos ter no Parlamento Europeu deputadas e deputados que tenham consciência do insubstituível património Ambiental dos Açores. Os deputados da CDU vão exigir no Parlamento Europeu a atenção e o apoio que esta Região merece para proteger a sua diversidade e valor ambiental”, declarou Ana Paula Simões.