segunda-feira, 22 de junho de 2009

Muito perigoso

Há menos de uma hora atrás e aproveitando um magnífico fim de tarde, com o Pico imponente e com o azul intenso do mar a contrastar com os verdes de vários tons que envolvem a Horta, lá fui num costumeiro passeio à doca.
Estava a olhar, com a atenção de quem gosta dessas coisas, para a manobra de atracação da Corveta NRP António Enes, quando um homem do mar destas ilhas me disse mais ou menos isto: Não acha que 80% de abstenção nessas eleições do Domingo passado é muito exagerado? Respondi-lhe, enquanto reparava que mais um cabo tinha sido lançado para terra pelo navio em manobra, que essa taxa de abstenção era tão alta, tão exagerada, tão absurda, que a responsabilidade não pode ser assacada principalmente aos eleitores. O meu interlocutor pediu que me explicasse. Desisti de seguir a manobra da Corveta, concentrei-me na preocupação de quem comigo falava e tentei sintetizar duas ou três ideias. Disse-lhe que a forma como a União Europeia (UE) está a ser construída assenta numa postura de desprezo crescente pelos interesses e opiniões dos povos dos Países que a integram; disse-lhe que todos os enormes escândalos que marcam a vida pública do nosso e de outros Países da UE fazem desacreditar, quase por completo, esses dirigentes. Antes que pudesse continuar, disse-me este meu amigo e homem deste nosso mar: já nos roubaram o nosso peixe, mas também nos querem roubar a nossa capacidade de pensar e decidir. Perante isto conclui que o que está a ser feito pelos actuais dirigentes dos Países da UE é de facto muito perigoso e é por aí que se tem que procurar as causas da abstenção brutal a que assistimos.
14/06/09
José Decq Mota

sexta-feira, 5 de junho de 2009

que ninguém falte

voto necessário mas não cego

É necessário votar Domingo para o Parlamento Europeu, mas também é necessário que o voto, o voto de cada um de nós, não seja um voto cego.

Esta União Europeia, chefiada pelos países ricos, apoiada pelas elites nacionais compensadas por não defenderem os seus Povos, enquadrada por essa nova classe de “eurocratas” ambiciosos, está a ser construída pelo Partido Popular Europeu (PPE) e pelo Partido Socialista Europeu (PSE), com total entrega e submissão aos dogmas neoliberais que querem continuar a regular a economia e a dominar as sociedades.

A elevada abstenção que se tem verificado nas eleições europeias, deve-se, em grande parte, ao facto dos Povos Europeus não se identificarem com esse modelo. É bom que se saiba que quem votar no PSD ou no PP estará a votar no PPE e quem optar por votar no PS estará a votar no PSE, isto é, quem votar em qualquer desses três partidos está a votar, de forma cega, neste modelo de Europa, que exclui, de facto, os Povos.

Mas é necessário votar Domingo, pois essa é a forma que temos neste momento de dizer que é urgente construir-se uma Europa de Povos Soberanos, que convirjam num objectivo comum de desenvolvimento económico e social, de preservação ambiental, de repartição justa da riqueza, de valorização cultural e de construção de um seguro pólo de Paz e progresso que seja equilibrador num mundo por demais desequilibrado.

Lá estarei, Domingo, na minha mesa de voto, a votar pela Europa que precisamos e não pela Europa desejada e construída por aqueles que vão desgraçando todos os dias a nossa vida.

José Decq Mota

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Carlos Ribeiro visita o Faial


No Faial, o candidato reuniu com a associação agrícola, que lhe expôs as múltiplas dificuldades e constrangimentos enfrentados pelos pequenos produtores agrícolas, em especial as que se relacionam com o fim das quotas leiteiras, que ameaça desmoronar todo o sector na Região.

Ainda nesta ilha Carlos Ribeiro, juntamente com o vereador da CDU na Câmara Municipal da Horta, José Decq Mota e Cristina Carvalhinho, do Partido Ecologista “Os Verdes”, lamentou que os atrasos na execução de programas comunitários, bem como alguma falta de vontade política do Governo Regional tenham permitido que se arrastem situações de lixeiras a céu aberto e a inexistência de recolha selectiva de materiais para reciclagem nalgumas ilhas, como sucede, por exemplo na ilha do Pico, e retirando aos municípios a capacidade de resolver problemas ambientais.

Carlos Ribeiro destacou ainda a necessidade de que o Plano Especial de Gestão de Resíduos dos Açores seja levado à prática pelo Governo Regional, para o que devem ser libertados fundos do actual quadro comunitário de apoio. “Os Açores possuem uma riqueza ambiental que deve ser protegida já! A sustentabilidade das nossas ilhas não se compadece com mais adiamentos”, afirmou o candidato.

Houve ainda tempo para a realização de reuniões com a Câmara do Comércio e Indústria e com a União dos Sindicatos da Horta, das quais a CDU recolheu diversas preocupações na área social e do desenvolvimento económico. A União dos Sindicatos levantou junto do candidato preocupações relacionadas com a necessidade de alargar e agilizar a atribuição de fundos comunitários para a formação, factor essencial para qualificar os nossos trabalhadores e dar competitividade à nossa economia.

À noite realizou-se um encontro / debate no Centro de Trabalho do PCP na Horta, com dezenas de activistas e apoiantes da CDU, sobre as questões europeias.

O Candidato apelou ao voto na CDU e afirmou: “É tempo da Europa devolver à Região a competitividade que lhe roubou aquando da abertura das fronteiras aos produtos estrangeiros, que foi feita sem garantias nem contrapartidas. A única maneira de o conseguirmos é elegendo mais eurodeputados da CDU, por isso no dia 7 de Junho é importante que ninguém falte com o seu voto, para outro rumo para a Europa e outro destino para os Açores!”